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Mostrando postagens de abril, 2020

Assessoramento no Serviço Público: importância vs. preconceito.

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Nesses anos de Serviço Público, tenho percebido um comportamento bastante comum em pessoas direta ou indiretamente ligadas ou dependentes de órgãos de governo (ou seja, todo mundo). Há mais do que uma invisibilidade e um não-reconhecimento em algumas delas em relação à figura do Assessor: há um destrato mesmo, uma nítida desimportância atribuída. Algo tão frequente que chega a incomodar, dada a complexidade do desafio e a essencialidade dessa função dentro das instituições públicas. Vem a famigerada figura do "ASPONE", o dito " assessor de p... nenhuma ". Por que esse senso comum tomou corpo e se cristalizou? Pro bem das instituições, é preciso gerar o alerta e discutir (combater!) esse estereótipo. Há duas possibilidades para aqueles que tratam assessores como aspones : (1) ou não entendem NADA do que é assessoramento ou (2) há mesmo deliberada implicância/má-vontade com o estereótipo criado em torno da figura do cargo. Este texto propõe reflexão para ambas

A Memória é um grande Estádio

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Depois de algum  tempo, é fácil entender porque pais e mães continuam a chamar seus filhos e filhas de "meus bebês", mesmo quando já estão crescidos, criados... A vinda deles ao mundo é tão, mas tão marcante, que a memória é diferente. Especialmente diferente. Incomparável. Se a memória equivalesse a um estádio de futebol, o nascimento da Stella certamente tomaria o espaço da Tribuna de Honra. Não só porque é um lugar seleto, restrito, mas porque é o lugar do melhor conforto (de alma), e da melhor visão (de vida) de todas possíveis naquele estádio (de experiências e emoções). E aí, quando se acessa a esse espaço cativo na memória, vivemos e revivemos o momento mais marcante de uma vida. Minha teoria é a de que como todo esse registro é FORTE e VIVO demais pro subsconsciente considerar ser passado, aí então rezamos a imaginária "Cartilha dos Pais" e soltamos aquele famoso "ahhh, mas ele/ela sempre será o meu bebê!". E que mesmo as falhas que cometemos pe

Epidemia do Escracho e os Riscos do “Politicamente Incorreto”

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D e uns tempos pra cá, tenho procurado exercitar bastante um aprendizado que me alerta da diferença de significado entre as palavras “comum” e “normal”. Frequentemente, confundimos as duas. Ainda mais no País em que vivemos, onde os absurdos, embora comuns, não podem ser tidos como ocorrências normais. Vejo o “comum” como a frequência , enquanto que o “normal” depende do juízo de valor que fazemos a partir de nosso conteúdo moral . Que nós brasileiros somos extrovertidos, brincamos com tudo, extraímos riso do choro, todo planeta sabe. Algum(a) historiador(a) poderia aplicar uma narrativa perfeita aqui, que combine com o espírito de superação dos diferentes povos e raças que hoje nos compõem como Nação. Desde o negro que sofreu (e sofre) discriminação por séculos e precisou encontrar uma razão de levar tudo adiante, com esperança, buscando alguma graça no ser e, como dizia Herbert Vianna em Selvagem : com “a esperteza que só tem quem tá cansado de apanhar”; até o italiano, que cheg